Segurança Pública e Violência
Álvaro Aleixo Martins Capute
Professor e Bacharel em Ciências Humanas
A segurança pública é um direito fundamental de todos os cidadãos e um dever do Estado. No entanto, o Brasil enfrenta um grave problema de violência que afeta a vida de milhões de pessoas e compromete o desenvolvimento social e econômico do país.
Segundo o Atlas da Violência 2021, elaborado pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública (FBSP), o Brasil registrou 57.956 homicídios em 2019, uma
taxa de 27,4 por 100 mil habitantes. Apesar de representar uma queda de 17% em
relação a 2018, esse número ainda é muito elevado e coloca o Brasil entre os países
mais violentos do mundo.
A violência no Brasil tem múltiplas causas e manifestações. Entre elas, destacam-se a desigualdade social, a falta de oportunidades para os jovens, a precariedade das políticas públicas de educação, saúde, cultura e lazer, a corrupção e a impunidade, o tráfico de drogas e armas, as milícias e grupos criminosos organizados, o racismo estrutural e a violência institucional.
Para enfrentar esse desafio complexo e urgente, é
preciso uma abordagem integrada e multidisciplinar que envolva todos os níveis
de governo (federal, estadual e municipal), os poderes (executivo, legislativo
e judiciário), as instituições (polícias civil e militar, Ministério Público,
Defensoria Pública etc.), a sociedade civil (organizações não governamentais,
movimentos sociais etc.) e a mídia.
Algumas das medidas que podem contribuir para reduzir
a violência no Brasil são:
-
Investir na prevenção primária da violência por meio da garantia dos direitos
sociais básicos como educação integral de qualidade para todas as crianças e adolescentes;
geração de emprego e renda; acesso à cultura; esporte; lazer; saúde mental;
assistência social etc.
-
Fortalecer as políticas públicas voltadas para os grupos mais vulneráveis à violência
como jovens negros; mulheres; população LGBTI+; indígenas; quilombolas etc.
-
Promover uma reforma do sistema penitenciário que priorize a ressocialização
dos presos por meio da educação profissionalizante; trabalho remunerado;
assistência jurídica etc.
-
Implementar uma política nacional de controle de armas que restrinja o acesso
às armas legais e ilegais por parte da população civil
-
Combater o tráfico ilícito de drogas com base em evidências científicas que
privilegiem a redução de danos aos usuários; tratamento humanizado aos
dependentes químicos etc.
-
Aperfeiçoar as instituições responsáveis pela segurança pública com base nos
princípios da transparência; participação social; controle externo etc.
-
Valorizar os profissionais da segurança pública com melhores salários;
condições de trabalho; formação continuada etc.
- Estimular a cultura da paz nas escolas; nas famílias; nas comunidades etc.
Essas são algumas das propostas que podem contribuir para construir um país mais seguro, justo e democrático. A segurança pública é um tema que interessa a todos nós. Por isso, é fundamental que possamos debater sobre ele com seriedade; responsabilidade e respeito às diferenças. Afinal, a paz é fruto da justiça social.
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